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Impacto da pesca industrial nos oceanos

Quando falamos em pesca, o que passa pela sua cabeça? Provavelmente um peixe fresquinho, lazer, coisas boas. De fato, a pesca artesanal tem essas características. Porém, nesse texto, vamos abordar dois tipos de pesca: artesanal e industrial. Para assim, conseguirmos visualizar melhor o impacto da pesca industrial nos oceanos. E, além disso, os benefícios da pesca artesanal.

Breve histórico

 

A pesca está presente na vida humana desde o início. Com o passar dos anos a prática evoluiu, permitindo que a pesca para comércio começasse a se expandir atrelada a novas tecnologias, como os avanços das embarcações marítimas. Posteriormente a pesca de arrasto foi iniciada. Essa modalidade consiste em arrastar redes grandes e pesadas pelos leitos marinhos, assim capturando não somente os peixes alvos, como também milhares de outras espécies que não teriam utilidade para os pescadores.

A pesca artesanal se difere da pesca industrial em diversos fatores

Pesca Industrial

 

No fim do século XIX, a industrialização da pesca de arrasto com redes grandes e pesadas começou a ganhar espaço no mercado. Afinal gira muito capital, pois tende a capturar espécies com alto valor comercial. Contudo, essa captura de grandes espécies mais “valiosas” traz uma captura maior ainda da pesca acessória. Que é a captura acidental ou não intencional e/ou morte de espécies aquáticas não visadas durante a pesca. Segundo a WWF, cerca de 40% do pescado mundial sofre esse tipo de pesca e é atirado novamente no mar, já morto ou prestes a morrer.

 

E ainda as coisas podem ficar mais alarmantes. A pesca de arrasto destrói os leitos marinhos, 3,9 bilhões de acres do fundo do mar são degradados anualmente por ela(Watling, Norse, FAQ State of World’s Forests.). Isso destrói ou impossibilita a vida dos animais marinhos, acarretando no desequilíbrio dos fitoplânctons, que se alimentam das matérias orgânicas deles. Causando assim um grande impacto ambiental, pois os fitoplânctons são responsáveis por produzir 85% do nosso oxigênio e  absorvem 4 vezes mais o dióxido de carbono que a Floresta Amazônica (Nature’s Solutions to Climate Change, IMF. 2019). 

 

O impacto da pesca industrial nos oceanos não para por aí. Outro ponto de atenção é o descarte de materiais das redes de pesca e de outros equipamentos. Prática que soma 46% de todo o plástico que possui nos oceanos. Como o  tempo de decomposição desses materiais é muito elevado, quando descartados nos oceanos trazem um prejuízo gigantesco para os mesmos. Enroscam em animais, prendendo os mesmos à rede, causando  deformações, além disso, quando se alimentam de alguns pedaços, ficam sufocados, podendo ser levados à morte.  

 

A pesca industrial é altamente lucrativa em todo o mundo, mas o trabalho executado pelas pessoas é de alto risco. E, como o lucro é uma peça chave nesse negócio, a busca por uma mão de obra barata acaba gerando condições de trabalho análogas à escravidão, que são aceitas maquiadas por falsas propostas em centros urbanos carentes. No documentário Seaspiracy, da Netflix, existem relatos de famílias de pessoas que aceitaram essas propostas e nunca mais voltaram para suas casas. Por ser um trabalho em alto mar, não possui fiscalização adequada, o que torna um ambiente propício para ações desumanas como as citadas.

barcos representando a pesca industrial e seu impacto no oceano

Pesca Artesanal

 

No Brasil e no mundo, é notável ver que famílias e comunidades dependem e vivem somente da pesca.  A tendo como base de alimentação e renda. A pesca artesanal utiliza uma canoa e pequenas embarcações com uma rede para fazer o cerco do cardume. Indo em contrapartida ao que foi apresentado anteriormente. 

 

Nesse tipo de pesca, o cardume é puxado para a costa através de uma rede com malho grande, que captura apenas peixes grandes e deixa os peixes pequenos passarem. Além disso, os pescadores possuem total ciência ecológica. O que faz com que, ao capturar pesca acessória, fiquem atentos e busquem agir o mais rápido possível para devolver esses animais com vida. Nesse caso, animais como tartarugas podem ser pegos acidentalmente na rede, a ação é feita para que não prejudique a fauna e a pesca seja feita de forma harmônica. 

o impacto da pesca artesanal é muito menor comparado ao impacto da pesca industrial nos oceanos

Redução da pesca artesanal

 

Atualmente, vemos cada vez menos a pesca artesanal. Esse fator está diretamente ligado ao fato dos cardumes não estarem chegando à costa local. Pois os barcos da pesca industrial os cercam e capturam antes mesmo  disso acontecer.

 

 Os impactos gerados por essa prática são diversos, como a baixa renda dos pescadores costeiros, falta de alimentos para a comunidade e a busca de outros subempregos para ter o seu sustento. O que aumenta a desigualdade social e a pobreza nas comunidades que possuem esses costumes e dependem da pesca.

o impacto da pesca artesanal é muito menor comparado ao impacto da pesca industrial nos oceanos

Como diminuir esses impactos?

 

Você pode estar se perguntando quais ações nós podemos fazer para diminuir os impactos?  E também devemos refletir como queremos ver as nossas futuras gerações.

 

Ao analisar os fatos apresentados e, principalmente, o impacto da pesca industrial nos oceanos, percebemos que esse aspecto merece mais atenção por trazer um grande risco ao nosso planeta. Observamos que a pesca artesanal, de subsistência, deve ser a mais valorizada, afinal preza pela preservação do meio ambiente. Um outro ponto de vista é que, ao reduzirmos o consumo de peixes, a pesca industrial perde cada vez mais espaço no centro econômico, causando menos destruição nos oceanos e evitando o desequilíbrio do mesmo e, consequentemente, de todo o planeta.

Por José Arthur Dutra e Raphael China

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